AAAPV

Associação de proteção veicular, de fato, não é seguro

Por Edison Pereira de Carvalho

 

Novos debates e muita esperança: isso é o que podemos esperar do novo semestre que se inicia. Muita esperança no sentido de que a regulamentação para o associativismo seja uma realidade, fazendo valer o esforço impetrado e vivido em décadas por aqueles que dependem das mútuas no Brasil, como também o dos que se mobilizaram para estar presentes em reuniões e assembleias permeadas de debates e confrontos de ideias.

Para que a regulamentação seja efetivamente um avanço e uma realidade é necessário que a sociedade entenda que associação de proteção veicular não é seguro e não concorre, de nenhuma maneira, com o mercado tradicional. As mútuas devem atuar em um nicho definido, fomentado com base no mutualismo, cujo foco são veículos automotores, de proprietários com menor poder aquisitivo e que são, consequentemente, rejeitados pelo mercado de seguros.

Com isso, as associações são geridas da forma como foram elaboradas inicialmente, para atender a um público definido e que, em sua maioria, busca proteger o patrimônio em uma associação porque conhece a seriedade com que ela é conduzida pelos diretores. Na maioria, são pessoas indicadas por outras que já foram atendidas e passam referências positivas.
RESPEITO AO CONSUMIDOR

Associação de proteção veicular, de fato, não é seguro. Ao se fazer uma leitura sobre a proposta do associativismo e a realidade do mercado de seguros, fica difícil entender a perseguição e a vontade de extinguir este setor. Hoje, as filiadas à AAAPV (Agência de Autorregulamentação das Associações de Proteção Veicular e Patrimonial), seguem regras de conduta que primam pelo respeito ao consumidor e o colocam sempre em primeira posição.

É sabido que o debate é necessário para que se chegue a um denominador comum. O que não é concebível é que essa discussão se arraste por mais e mais anos. Todos os protagonistas envolvidos nesse processo sabem o que é bom e o que é ruim para ambos os lados. Um não será prejudicado em detrimento ao outro, desde que as associações de proteção veicular não fiquem subordinadas a órgãos que essencialmente são distanciados da realidade do associativismo, e nem mesmo tem o conhecimento necessário para aturar no gerenciamento de um setor tão complexo como este.

Não se pode pretender trabalhar com o intuito de anular a atuação de um seguimento que tem a sua parcela de contribuição no mercado gerador de empregos diretos e indiretos, como tem sido amplamente divulgado em estudos publicados nos informativos da AAAPV. Nesta tratativa, deve-se considerar principalmente o momento em que o País tem a sua economia caminhando crescentemente nos trilhos do equilíbrio. É insano alguém apresentar uma proposta que prejudica um setor que contribui para esse movimento.

Há uma luta desigual, tal qual Davi e Golias, onde os presidentes de associações precisam bater de porta em porta dos senhores deputados e senadores para pedir um voto em favor do associativismo, enquanto um parlamentar legisla em causa própria.

Nessa linha de disparidade, é necessário haver mais participação das associações que atuam em todo Brasil, fortalecendo a AAAPV para que esta esteja em paridade e seja reconhecida como a Agência que regula as associações de proteção veicular e, com isso, cada lado continue exercendo o seu papel em favor da sociedade, com seu público definido.