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Número de roubo de carro em Niterói dobra em 5 anos, e motoristas mudam hábitos

ISP registrou 824 carros roubados nos cinco primeiros meses de 2017; em 2012, foram 412. Polícia Militar alega falta de recursos para combater criminalidade

Por Matheus Rodrigues, do G1 Rio

A violência tem transformado a “Cidade Sorriso” em “Cidade Tristeza”. É assim que muitos moradores já chamam Niterói, na Região Metropolitana do Rio, devido ao aumento da criminalidade, sentido nas ruas e comprovado pelas estatísticas. Levantamento do G1 com base nos dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) mostra que, na comparação dos cinco primeiros meses do ano, 2017 bateu recorde do número de roubos desde 2003, data do início dos registros: 3.249 casos foram relatados à Polícia Civil.

Os motoristas, em especial, estão em alerta e mudando hábitos para se protegerem. Do início de janeiro ao fim de maio, foram computados 824 casos de roubos de carro. O índice dobrou se comparado com o mesmo período de 2013, cinco anos atrás. Em média, cinco carros são roubados por dia na cidade.

Com medo da violência, os moradores evitam parar em sinais de trânsito durante a noite. “A cidade em determinada hora não tem policiamento nenhum. Eu não ando muito de madrugada, mas quando ando eu não paro em nenhum sinal. Graças a Deus não tem nenhum ‘pardal’ para multar por avanço de sinal porque senão eu já tinha perdido a minha carteira. Entre 0h e 5h pode não ter engarrafamento, pode não ter quase trânsito nenhum, mas você não vê ninguém parando nos sinais”, disse o autônomo Plinio Schuler.

Assim como Plínio, a professora Fabiana Botelho evita parar em semáforos em determinados horários. Ela contou ao que passou a tomar esta atitude após ter sido assaltada três vezes. O processo de recuperação psicológica não foi fácil, segundo ela, já que em um dos episódios seu marido foi baleado.

“A gente ficou um bom tempo sem sair de casa, ele teve que fazer terapia, tomar remédio, acompanhamento com psiquiatra. A gente saia na rua e achava que estava sendo perseguido o tempo inteiro, a gente deixou de andar de carro um bom tempo. Ele ficou sem conseguir dirigir, as mãos suavam toda vez que ele tentava e depois de muita terapia, muito remédio e oração, a gente conseguiu voltar às atividades normais”, contou Fabiana.

Foto: Divulgação/ ONG Viver Bem

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