Nesta terceira fase, que recebeu o nome de ‘Os Novos Companheiros’, cinco pessoas foram presas, sendo um na quinta (16) e outros quatro na sexta-feira (17)
Por Fábio Almeida, RBS TV
A Delegacia de Repressão ao Roubo de Veículos deflagrou na manhã da última sexta-feira (17) mais uma fase da operação Macchina Nostra, para desarticular os responsáveis pela clonagem dos veículos roubados em Porto Alegre e na Região Metropolitana, e que depois são vendidos por meio de leilões virtuais.
Quatro pessoas foram presas nesta sexta, e uma foi detida na quinta-feira (16). As ordens de prisão foram cumpridas nas cidades de Alvorada e Novo Hamburgo, na Região Metropolitana de Porto Alegre. Com um dos suspeitos foi encontrado um veículo clonado e R$ 1,8 mil em espécie.
Os policiais tinham um total de 15 mandados de busca e apreensão e oito de prisão para cumprir, além da custódia do principal assaltante da organização. Entre os alvos desta fase está um suspeito que trabalha como locutor de uma rádio em Canoas, na Região Metropolitana.
Segundo a polícia, ele participava da venda dos veículos que eram roubados. Ele já havia sido preso por estelionato dentro da Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo. A quadrilha é aponta como responsável pelo roubo de centenas de veículos entre outubro de 2015 e abril de 2017 em Porto Alegre e em cidades da Região Metropolitana.
‘Os Novos Companheiros’
Esta terceira fase recebeu o nome de “Os Novos Companheiros” e é focada em alvos que foram identificados no decorrer das investigações. No auge de sua atuação, o grupo agia por meio de metas diárias para roubar de cinco a 10 veículos.
Segundo a polícia, eles eram organizados para roubar o maior número possível de veículos e comercializá-los o mais rápido o possível, praticando a adulteração em poucas horas. Os carros eram vendidos em cidades gaúchas e também para outros 10 estados.
O grupo era apontado como o principal responsável por roubos de veículos em Porto Alegre há um ano. A quadrilha possuía uma organização empresarial com núcleos responsáveis pela liderança e financiamento, clonagem, venda e receptação, estelionato, falsificação de documentos, assaltos e lavagem de dinheiro.
Na primeira fase, 29 pessoas foram presas e indiciadas em uma ação simultânea que ocorreu em 17 cidades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, e que bloqueou R$ 3 milhões em bens.
A segunda fase da investigação apurou os crimes de lavagem de dinheiro, com o indiciamento de cinco integrantes. Na terceira fase, a polícia busca integrantes que foram identificados no decorrer das investigações, e que ainda não estavam relacionados na fase inicial do trabalho de apuração.
Após as prisões realizadas ao longo da investigação, os suspeitos começaram a fechar acordos de delação premiada, por meio dos quais demonstraram que os bandidos tentavam reestruturar a organização. “Eles atuavam de forma discreta, sorrateira, mas com grande periculosidade para a população porto-alegrense, tendo em visto contumácia no roubo de roubo de carros”, afirma o delegado Adriano Nonnemacker.
“Levou mais de um ano e oito meses de investigação para deflagração das três fases. Agora, a gente pode trabalhar com a delação, uma tentativa de reestruturação da organização criminosa”, afirma o delegado Sander Cajal.
40 denunciados nas três fases
De acordo com o promotor de Justiça Marcelo Tubino, houve redução no número de roubo de veículos em Porto Alegre e Região Metropolitana desde a realização da primeira fase da operação no começo do ano. Segundo ele, as denúncias devem começar a ser encaminhados para a Justiça.
“Pretendemos levar para a Justica em torno de 40 pessoas denunciadas. É importante considerar que em todo esse trabalho de investigação, muito bem realizado pela Polícia Civil, com técnicas modernas, técnicas novas de investigação, e num primeiro momento de desarticulação dessa quadrilha e origanização, identicamos uma redução no número de roubos na capital e Região Metropolitana”, diz o promotor.
Foto: Divulgação/Polícia Civil