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Produção de caminhões vai crescer 42% em 2021, diz Anfavea

Com a alta demanda por caminhões, Anfavea projeta que a produção deverá crescer ainda mais em 2021 e chegar a cerca de 156 mil unidades

Por Estradão

As fabricantes de caminhões e ônibus instaladas no Brasil devem produzir 156 mil unidades em 2021. Assim, haverá alta de 42% ante as 109 mil unidades feitas em 2020 se as projeções se concretizarem. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (7), pela Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, dois grandes fatores sustentam a boa projeção. Ou seja, a aposta de alta do PIB, em torno de 4,5%. Bem como o avanço imunização contra a covid-19. De acordo com ele, há ainda aumento da demanda por caminhões em vários setores. Sobretudo o de agronegócio e mineração.

Bem como está ocorrendo uma retomada da produção industrial como um todo. Contudo, o presidente da Anfavea diz que a alta da inflação pode ser um ponto de atenção. Mesmo porque, o aumento da taxa Selic, que serve para reajustar o custo dos empréstimos, impacta no financiamento de veículos.

Produção de caminhões

Seja como for, a produção de caminhões vem crescendo no Brasil. Foram fabricadas 14,6 mil unidades em junho. Ou seja, aumento de 5,3% em relação a maio, quando 13,9 mil caminhões foram feitos. Da mesma forma, a produção avançou na comparação com junho de 2020. Nesse sentido, a alta foi de 163%. Ou seja, no primeiro semestre do ano passado a indústria produziu 5,6 mil unidades.

Entretanto, vale ressaltar que em 2020 o setor foi fortemente impactado pela pandemia da covid-19. Ou seja, houve paralisação de fábricas e queda nas vendas. Sobretudo por causa de medidas como a necessidade de haver lockdown e maior distanciamento social.

Portanto, no acumulado de 2021 o resultado é positivo. De acordo com a Anfavea, de janeiro a junho a indústria produziu 74,7 mil unidades. Assim, a produção de caminhões cresceu 115% na comparação com as 34,7 mil feitas em igual período de 2020. Segundo Moraes, a velocidade de recuperação do setor de caminhões está sendo maior do que o de automóveis e ônibus.

Produção de ônibus tem queda

Nesse sentido, a produção de ônibus caiu. Assim, em junho foram feitas 1,6 mil unidades. Ou seja, a redução foi de 1,9% ante maio, quando foram produzidos 1,7 mil ônibus. Contudo, ante junho de 2020 houve alta de 17,1%. Nesse sentido, no mesmo mês do ano passado foram feitos 1,4 mil ônibus.

Vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini lembra que ocorreu uma venda importante para o programa Caminho da Escola. Dessa forma, impactou no resultado positivo de junho.

Assim, no acumulado dos seis primeiros meses de 2021, a indústria produziu 10,3 mil ônibus. Ou seja, o resultado é 15% superior a igual período em 2020. Assim, nos seis primeiros meses do ano passado foram fabricadas 9 mil unidades.

Crise dos semicondutores

Segundo Moraes, a falta de semicondutores impacta menos o setor de pesados. A crise na produção causada pela demora na entrega de componentes está sendo mais sentida no setor de automóveis. Nesse sentido, no primeiro semestre de 2021 a indústria deixou de produzir 3,6 milhões de veículos no mundo todo. De acordo com estudo feito pela empresa de consultoria BCG.

Nesse sentido, o principal fator para a retração é a falta de semicondutores. Na América do Sul, em igual período, a indústria deixou de fazer 162 mil veículos. Como resultado, até o fim deste ano deixarão de ser produzidos de 5 a 7 milhões de veículos no mundo inteiro.

Seja como for, o estudo mostra que já há previsão de quando a situação deverá estar normalizada. De acordo com a BCG, isso só deve ocorrer no segundo semestre de 2022.

Foto: Mercedes-Benz/Divulgação