Mais de 60 carros são produzidos no Brasil em oito estados diferentes
Por AutoEsporte
Entre a produção de carros de passeio, comerciais leves, veículos pesados e máquinas agrícolas, o Brasil tem 53 fábricas instaladas em nove diferentes. Com mais de R$ 76 bilhões em investimentos para a indústria automotiva anunciados em 2024, o Brasil ocupa o 9° lugar como país que mais produz automóveis no mundo, segundo o Anuário da Indústria Automobilística Brasileira 2025, produzido pela Associação Nacional das Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).
Considerando apenas a produção de carros de passeio e picapes, são 13 fabricantes que operam no Brasil, com 25 linhas de montagem instaladas em 23 municípios de oito estados. Ao todo, 61 modelos diferentes são feitos. Autoesporte seleciona todas as unidades e quais carros são feitas nelas.
A lista é por ordem alfabética e não inclui marcas como BYD e GWM que, apesar se já terem suas fábricas em Camaçari (BA) e Iracemápolis (SP), respectivamente, a produção ainda não começou.
Audi
Localizada em São José dos Pinhais (PR), a única linha de produção da Audi no Brasil não produz apenas veículos da própria marca, já que é uma planta conjunta com a Volkswagen. Assim, além dos SUVs Q3 e Q3 Sportback — equipados com motor 2.0 TFSI de 231 cv de potência e 34,7 kgfm de torque e tração integral — a unidade é responsável pela montagem do Volkswagen T-Cross, SUV compacto mais vendido do Brasil em 2024. A dupla da Audi é no regime CKD, que é quando o carro vem todo desmontado e montado no país. No caso, as peças são importadas da Hungria.
Inaugurada em 1999, com a linha de produção do hatch A3, a fábrica das alemãs já produziu A3 Sedan e outros modelos da Volkswagen, como Fox, CrossFox, SpaceFox, Saveiro (hoje produzida na planta da VW em São Bernardo do Campo (SP)) e Golf — este último com o passaporte carimbado para voltar a ser vendido no Brasil.
BMW
Inaugurada no Brasil em 2014, a planta da BMW instalada em Araquari (SC) é responsável pela produção de quatro modelos da marca: Série 3, X1, X4 e X5 híbrido plug-in. O último, vale ressaltar, é o primeiro carro com esse tipo de motorização a ser manufaturado na América do Sul.
Maior fábrica do segmento premium na América Latina, desde junho de 2016, o complexo é responsável pela exportação do X1 — carro mais vendido da fabricante no país — aos Estados Unidos, Canadá e México. Por fim, a fábrica tem capacidade de produzir 32 mil unidades por ano, cobrindo as etapas de tecnologias de logística, carroceria, soldagem e pintura, além da montagem e testes em laboratório e de qualidade.
Caoa
A Caoa iniciou seu trabalho no Brasil como uma importadora de veículos, e hoje detém 50% de todas as operações da chinesa Chery por aqui. Com planta localizada em Anápolis (GO), a empresa produz os SUVs Tiggo 5x Sport, Tiggo 5x Pro, Tiggo 5x Pro Hybrid Max Drive, Tiggo 7 Sport, Tiggo 7 Pro Max Drive, Tiggo 7 Pro Hybrid Max Drive e Tiggo 8 Pro.
Já Tiggo 7 Pro Plug-in Hybrid e Tiggo 8 Pro Plug-in Hybrid ainda não são produzidos no Brasil, mesmo que desde 2022 a empresa divulgue o plano para que isso aconteça. Além disso, o conglomerado possui uma planta em Jacareí (SP), também fechada desde 2022 para que fosse modernizada e acomphasse a eletrificação da marca, e que agora tem parte do terreno comandado pela dupla chinesa Omoda Jaecoo.
Por fim, vale dizer que a empresa foi a responsável por nacionalizar os primeiros modelos da Hyundai e ainda produz alguns veículos da sul-coreana. O Tucson ainda sai da fábrica em pequenos lotes e a Caoa segue produzindo o comercial leve HR.
Chevrolet
Marca com o maior número de plantas operando no Brasil, a Chevrolet possui cinco fábricas no Brasil, instaladas em São Caetano do Sul, São José dos Campos, Mogi das Cruzes (as três em SP), Gravataí (RS) e Joinville (SC). Enquanto as plantas de Mogi das Cruzes e Joinville são responsáveis pelos setores de estamparia e produção de motores, respectivamente, a montagem dos produtos fica a cargo das outras três plantas.
Assim, a unidade de Gravataí é responsável pela família Onix — hatch e sedã que serão reestilizados este ano e aguardam a chegada de um SUV compacto. Já São Caetano do Sul, produz Montana, Spin e Tracker (que também será reestilizado em breve), enquanto S10 (que recebeu versão comemorativa de 100 anos do grupo no Brasil), e Trailblazer têm manufatura localizada em São José dos Campos.
Desde 1997, a Honda nacionaliza parte de seu portfólio no Brasil. Com duas plantas instaladas no estado de São Paulo, em Sumaré e Itirapina, a primeira inaugurou a manufatura da marca com a sexta geração do Civic. De lá para cá, a primeira geração do WR-V, bem como Fit e Civic Si (versão esportiva) foram feitos por aqui. Atualmente, a gama da fabricante inclui a família de hatch e sedã compactos, City, e o SUV compacto HR-V, com segunda fábrica operando desde 2019.
Honda
Assim, enquanto a planta de Sumaré produz peças e cabeçotes de motor, em Itapirina os veículos são de fato, montados e finalizados. Por fim, a segunda geração do WR-V (que será lançada no segundo semestre desse ano) também será nacional, marcando o retorno do SUV às fábricas e mercado brasileiros.
Equipado com o mesmo motor 1.5 flex aspirado de quatro cilindros e injeção direta de 126 cv e 15,8 kgfm que equipa os carros nacionais da marca, o modelo deverá receber uma variante híbrida flex com o mesmo propulsor a partir de 2027 — clique aqui e veja tudo o que sabemos sobre o novo WR-V.
HPE Automotores – Mitsubishi
A fábrica da HPE Automotores, representante oficial da Mitsubishi no Brasil, está em Catalão (GO), onde há a montagem em linha dos SUVs Eclipse Cross e Eclipse Cross Sport, além da picape Triton – que recentemente teve sua sexta geração lançada no mercado, com mudanças no nome e no visual. Nós testamos a picape em uma das dez rodovias mais perigosas do país — confira.
A empresa também representa a Suzuki, que desde 2022 não possui mais produtos nacionais. Assim, o Jimny Sierra, único carro da marca vendido por aqui, é importado diretamente do Japão. Uma curiosidade é o fato da planta ser a única do Brasil a adaptar e customizar veículos de série para atender órgãos públicos e o setor automobilístico, diferente das outras fabricantes que tercerizam esse serviço.
Hyundai
Localizada em Piracicaba (SP), a unidade fabril da Hyundai opera desde 2012, quando inaugurou a linha de montagem do HB20 (hatch e sedã). O Brasil é o único país do mundo que produz o modelo, já em sua terceira geração. O SUV compacto Creta — mais vendido do segmento no varejo em 2024 — também é produzido na planta.
Ambos são equipados com motor 1.0 turbo de 120 cv e 17,5 kgfm, com excessão da versão topo de linha do utilitário esportivo, Ultimate. Esta, oferece propulsor 1.6 turbo de 193 cv e 27 kgfm, se tornando o veículo mais potente do país na categoria.
Jaguar Land Rover
A Jaguar Land Rover, formada pelas marcas de mesmo nome, possui uma fábrica instalada em Itatiaia (RJ), desde 2016. Por lá, os SUVs Discovery Sport e Range Rover Evoque, ambos da Land Rover, são produzidos.
Vale dizer, entretanto, que a montagem do Evoque passou por um hiato de dois anos, entre 2019 e 2021, quando voltou a ser produzido na planta fluminense. Quanto à capacidade de produção, esta é de 24 mil veículos por ano, sendo que desde a inauguração, a unidade fabril nunca produziu qualquer veículo da Jaguar, que trazia seus modelos ao Brasil apenas via importação. Em janeiro, a marca suspendeu as vendas por aqui, entretanto, e pretende voltar apenas quando tiver sido reformulada.
Nissan
Com dois produtos nacionalizados, a fábrica da Nissan, em Resende (RJ), é responsável pela produção de Versa e Kicks — este último prestes a estrear a nova geração em junho e com produção iniciada por aqui. Vale dizer, que o SUV compacto renovado irá conviver com o anterior, que já recebeu o nome de Kicks Play e manterá a linha de produção.
Tanto a atual geração do SUV, como o sedã compacto, são equipados com propulsor 1.6 aspirado flex de até 113 cv e 15,5 kgfm, aliado ao câmbio do tipo CVT que simula seis marchas. Já o novo Kicks, trará motor 1.0 turboflex de três cilindros com injeção direta de combustível desenvolvido pela Horse e oferecido no Renault Kardian. Apesar do desempenho desconhecido, espera-se que o modelo manterá os 125 cv e 20,4 kgfm do utilitário francês.
Renault
Inaugurado em 1998, o Complexo Industrial Ayrton Senna (CAS) é o polo fabril da Renault, localizado em São José dos Pinhais (PR). Dividido entre dois complexos, a fábrica Curitiba Carros de Passeio detém a produção de Kwid e Kardian — eleito o Carro do Ano 2025 de Autoesporte. Já Duster e Oroch, picape intermediária da marca, são produzidos no mesmo local.
Responsável pela exportação na América Latina, a base também vai manufaturar o Boreal, SUV médio que vai rivalizar com os líderes da categoria. Além disso, a Renault será responsável por produzir e controlar toda a operação da chinesa Geely, que estreará por aqui em julho, com as vendas do SUV EX5.
Stellantis
Dona de marcas como Abarth, Chrysler, Dodge, Maserati e Opel, o grupo Stellantis opera no Brasil com Citroën, Fiat, Jeep, Ram e Peugeot, sendo a última mencionada a única que não produz mais veículos por aqui, desde o ano passado. Com três fábricas funcionando em Betim (MG), Goiana (PE) e Porto Real (RJ), 15 modelos diferentes de carros de passeio são produzidos. Veja abaixo:
Citroën
Os três veículos de passeio da marca disponíveis no mercado brasileiro são produzidos na planta de Porto Real (RJ). Assim, os SUVs Aircross e Basalt e o hatch C3 oferecem versões equipadas com motor 1.0 turbo de até 130 cv aliado ao câmbio CVT que simula sete marchas. Os dois últimos ainda, podem trazer propulsor 1.0 aspirado, desta vez de 75 cv e 10,7 kgfm.
Fiat
Dentre as marcas do grupo, a Fiat é a que detém maior linha de produção no Brasil. Com seis carros de passeio produzidos aqui, apenas a Toro compõe a linha de produção em Goiana (PE), enquanto Argo, Fastback, Mobi, Pulse e Strada são montados em Betim (MG). Entre eles, os dois SUVs compactos são vendidos desde o ano passado com motor 1.0 turbo flex de três cilindros de 130 cv e 20,4 kgfm aliado ao sistema híbrido-leve de 12V.
Jeep
Já Jeep, produz os SUVs Renegade, Compass e Commander no Brasil. Apesar dos três modelos serem produzidos na unidade fabril de Goiana (PE), o próximo lançamento da marca, Avenger, terá linha de produção instalada em Porto Real (RJ). Isso porque, o novo SUV será construído sobre a mesma plataforma do C3, chamada CMP.
Ram
Marca independente desde 2009, a Ram — criada para denominar os motores V8 da Dodge na década de 1950 — vende quatro picapes no mercado brasileiro, mas apenas uma delas é produzida aqui. Trata-se da Rampage, que com linha de montagem em Goiana (PE), é o primeiro veículo da Ram produzido fora da América do Norte.
Toyota
A Toyota possui três plantas no estado de São Paulo — em Indaiatuba, Porto Feliz e Sorocaba. A primeira foi inaugurada em 1998, e é responsável pela produção do Corolla. Entretanto, a partir do meio deste ano, a montagem do líder entre os sedãs médios será gradualmente transferida para a planta de Sorocaba. Assim, Indaiatuba encerrará suas atividades até 2026.
Enquanto Porto Feliz abriga uma linha de produção motores, em Sorocaba já são produzidos Corolla Cross e Yaris (hatch e sedã compactos) — que saiu do mercado brasileiro, mas continuam em linha para abastecer outros mercados da América do Sul. Além disso, futuramente a planta receberá Yaris Cross, SUV compacto que vai estrar conjunto híbrido flex no Brasil e uma futura picape híbrida, inspirada no Corolla.
A marca também já teve outra fábrica instalada em São Bernardo do Campo (SP), a primeira da Toyota fora do Japão, que produziu o jipe Bandeirante e fechou as portas no final de 2023.
Volkswagen
Além de dividir a fábrica de São José dos pinhais (PR) com a Audi, a Volkswagen é dona de mais três polos industriais no Brasil, localizados em São Bernardo do Campo, Taubaté e São Carlos (as três em SP), sendo a última responsável apenas pela produção de motores.
Assim, São Bernardo do Campo produz Virtus (que tem montagem dividida com o Paraná), Saveiro, Nivus e voltou a receber, recentemente, a linha de montagem do Polo na versão Track. Assim, a planta de Taubaté continua a fabricação do hatch, mas abriu espaço para a linha de produção do Tera, que será lançado com a missão de se tornar o carro da fabricante mais vendido do Brasil — posição hoje ocupada pelo hatch.
Foto: Divulgação/Volkswagen